Durante a cerimônia sou a única a
chorar, mesmo que tudo seja feito para não dar margem nenhuma a sentimentalidades. Decoração tenebrosa, a juíza e suas inexpressões por excesso de ácido hialurônico e laquê. Ainda assim, choro. Não é que me acabe em lágrimas, é bem mais contido que isso.
À saída, O. me conta que, ao
preencher a burocracia de seu casamento, alguns dias antes, o funcionário do
cartório pediu o estado civil das testemunhas e que, no meu caso, fez questão
de acrescentar um “convicta” ao status de solteira. Por sorte não havia espaço
para que tal afirmativa fosse lavrada em documento. Do contrário, seria oficial
demais, e por incrível que pareça, ainda não estou totalmente convencida.